8º Capítulo
CENA 01 – CIDADE DE LIMOEIRO – EXT. – NOITE
Vista do alto, a cidade características típicas de um município interiorano. No centro localizava-se uma praça, aonde havia uma igreja, e nos seus arredores, vários estabelecimentos comerciais, assim como casarões. Tudo parecia calmo, até avistarmos o fusca rosa de Lili levantando chegando em alta velocidade, som no volume máximo . Já é possível ouvir a voz de Lili em tom alto.
Música: Rabiosa – Shakira
Lili: Quando eu chegar ao Rio, a oficina que ajeitou meu fusquinha vai me pagar uma indenização milionária, eles mataram meu filhinho…
Ema: O que matou ele foi tu dirigindo… To toda quebrada aqui…
A câmera muda o ponto de vista, mostrando agora o rosto das duas dentro do carro.
Lili: Que culpa eu tenho se as estradas estão todas cheias de buraco? Isso é culpa da…
Ema: Isso é culpa tua que não sabe dirigir direito… E outra, tu disse que eram só três horas de viagem, já to aqui oito, não consigo nem movimentar meus pés direito, acho que to paraplégica, socorro!
Lili: Você reclama demais!
Ema: E tu de menos… Bora estacionar na pensão da Dona Cotinha, vamos pedir um quarto lá, essa busca pelo o tesouro pode esperar para amanhã, além do mais já é de noite, e não vou entrar em uma mata a noite…
Lili: Eu não vou alugar quarto na pensão da minha tia…
Ema: Nossa! Tinha esquecido que Dona Cotinha era tua tia… Mas só tem ela de pensão aqui, e eu não vou dormir no fusca, nem espaço isso tem…
Lili: Mas tu não se lembra da promessa que fiz, de nunca mais pisar aqui?
Ema: Mas não é a Lola que vai pisar aqui! Esqueceu que estamos fantasiadas com essas perucas ridículas? Vamos fingir que somos duas estrangeiras…
Lili: Só espero que esse teu planinho funcione…
Corta para:
CENA 02 – PENSÃO DA TIA COTINHA – RECEPÇÃO – INT. – NOITE
As duas entram no local, Lili joga os cabelos na frente do rosto, evitando ser reconhecida por sua tia. Ema toma a iniciativa e vai até o balcão.
Ema: Boa noite!
Tia Cotinha: Nossa uma hospede. Faz tempo que não temos hospede aqui!
Lili (Cochichando): E isso um dia teve algum…
Tia Cotinha: Você falou alguma coisa?
Ema: Não! – Ela dá uma cotovelada no braço de Ema, grita – Ela está cansada da viagem, deve estar delirando, o clima tropical do Brasil e o fuso fazem com que ela fique assim… Perdida…
Tia Cotinha: E ainda são hospedes internacionais. Qual o motivo da visita na nossa cidade?
Ema fica pensativa por alguns segundos, estava com a boca seca, não sabia o que responder. Lola, então, cansada da conversa, resolve falar.
Lili: Somos duas biólogas, e recebemos a notícia que havia uma espécie de borboleta rara nessa cidade, então viemos saber se é verdade… Apenas isso, agora se quiser nos entregar a chave do quarto e parar de perguntas, eu agradeço…
A Cotinha fica observando Lola, a encarando, Lola começa a suar frio, com medo de ser descoberta pela a tia.
Ema: Senhora? Senhora? Senhora?
Tia Cotinha: Oi… Desculpe, é que sua amiga me lembrou muito minha sobrinha Lili, ela foi embora e nunca mais a vi, estou com tanta saudade.
Lili cochicha.
Lili: Mas a chamava de puta quando morava aqui…
Tia Cotinha: Oi?
Ema: Desculpe-a, não tem noção do que tá dizendo… Por favor, a chave.
Dona Cotinha entrega a chave, Ema puxa Lili até o quarto.
CENA 03 – PENSÃO DA TIA COTINHA – QUARTO – INT. – NOITE
Música: Malandragem – Cassia Eller
Lili caminha por dentro do quarto, tirando sua peruca. Ema senta na cama, e também tira a peruca.
Ema: Viu como ninguém nos descobriu?!
Lili não responde, vai até a janela, e abre as cortinas. Ela fica olhando para a praça, sem nenhum movimento, apenas as folhas das árvores dançando com o vento.
Lili: Essa cidade não muda, não cresce… Parece a mesma que me linchava, eu nunca vou esquecer as humilhações que passei nesse lugar…
Ema: Vamos dormir? Amanhã o dia vai ser grande…
Lili: Vamos!
Lili, triste, se desfaz das roupas de safári, tira os sapatos, deita na cama. Porém, fica com os olhos abertos, fixando-os no vazio. Aos poucos suas pálpebras vão ficando pesadas, em alguns segundos ela começa a dormir.
Imagens da noite passando rapidamente, e mostrando agora a cidade do Rio de Janeiro acordando.
CENA 04 – LANCHONETE PALACE– INT. – DIA.
Música: Ana Carolina – É Isso Aí
Yasmim entra no local, seus olhos estão abatidos, como se não tivesse dormindo a noite anterior. Ainda veste a mesma roupa que estava no apartamento de Theo. A lanchonete estava fechada, Marcos era única pessoa presente, e o mesmo limpava as mesas, e ajeitava o local.
Marcos: Até que enfim a vadia apareceu… Tava onde? Fazendo aqueles teus programas?
Yasmim empurra Marcos e passa por debaixo do balcão.
Yasmim: Me deixa… Hoje eu não quero olhar para tua cara!
Ela caminha para a cozinha, mas o rapaz a segue.
Marco: Por quê? Pegou algum homem rico que vai te tirar dessa?
Jasmim: Me respeita, eu não sou dessas vagabundas… Eu faço isso para sobreviver, mas se tu quer saber, eu não sai com ninguém não, eu passei a noite acordada pensando naquela coisa que tu fez eu passar… Tu não imagina o quanto eu estou me sentindo imunda…
Marcos: Não quero saber como tu ta se sentindo, eu quero saber é se tu conseguiu as fotos?
Yasmim coloca o celular com força sobre a mesa.
Yasmim: Ta ai tuas fotos!
Marcos: Gosto assim! Menina obediente que sabe fazer as coisas…
Ele pega com força o rosto de Jasmim, aperta as bochechas dela, e tenta beijar seus çabios. No entanto, ela vira o rosto, e se liberta dos braços dele, saindo em direção ao depósito dos fundos.
Marco desliza o dedo pela tela do celular, as observando, com ar de triunfo.
CENA 05 – CIDADE DO INTERIOR – DIA
Música: Rabiosa – Shakira
As duas caminham pela praça da cidade, todos os moradores observam aquelas criaturas nada comuns por ali.
Lili: Os fuxiqueiros já estão nos olhando… QUEREM AUTÓGRAFOS? – Lola olha para a população e grita
Ema: Te aquieta, não quero chamar mais atenção do que estamos chamando…
Lili: Tenho uma luz que não pode ser apagada…
Ema: Tem dia que eu não sei como te aguento…
Lili: Olha querida, se não me aguenta é só ir embora do meu apartamento…
Ema fica perplexa, Lola continua a caminhar.
Alguns segundos depois…
As duas já se encontravam a frente da entrada da mata da onça.
Lili: Esse é o ponto de partida?
Ema: Segundo o mapa, sim!
As duas entram na mata.
CENA 06 – LANCHONETE PALACE– INT. – DIA
Música: Jota Quest – La Plata
Yasmim servia as mesas, é quando Marcos aparece sem o uniforme de trabalho.
Yasmim: Vai para onde?
Marcos: Pegar nossa carta de alforria…
Solta um sorriso de deboche para ela. Ele sai…
Yasmim senta-se no balcão, leva as mãos a cabeça e fica angustiada ao pensar no que Marcos vai fazer com as fotos.
CENA 07 – CIDADE DO INTERIOR – MATA DA ONÇA – DIA
Lili e Ema caminham por uma trilha na mata.
Lili: Então já estamos perto do tesouro?
Ema: Sim, aqui diz que é só mais alguns passos…
Lili: Meu Scarpin de camurça novo não vai aguentar!
Ema: Nem minha havaiana falsificada de 5 reais.
As duas fazem cara de choro.
Lili: Já que estamos aqui no mato e ninguém vai ouvir mesmo. Menina… Eu pensei que você estava fechada para romances, fiquei surpresa quando me contou que estava namorando com o Theo.
Ema (envergonhada): Eu também fiquei surpresa, mas ele disse “Eu não vou desistir de você”, fiquei toda boba…
As duas seguem conversando, até chegar ao ponto marcado com X no mapa.
Lili começa a dar pulinhos de alegria.
Lili: Ai, meu Deus. Ai, ai, ai, Ai!
Ema: Que foi mana?
Lili: Aqui, nesse exato local que estamos pisando é o X do mapa.
Ema sorri.
Ema: Só nos resta cavar!
De dentro da bolsa, Lili tira duas pás de plástico, as duas começam a cavar enlouquecidamente.
Lili: Poderíamos ter trago duas pás maiores, com essas vamos passar uma eternidade aqui…
Ema: Acho que não, acabo de bater em algo duro.
Lili: Que não seja ninguém excitado… Mas se for, deixa que eu sofro o trauma.
Lili coloca as mãos dentro do buraco, e começa a puxar, de lá saia uma caixa de madeira, era pesada e grossa. As garotas olham-se e sorriem com cumplicidade.
Corta para:
Fachada do Prédio
CENA 08 – PRÉDIO – DIA
Música: Kid Abelha – Lágrimas e Chuva
Marcos se encontra a frente da porta do apartamento de Lili e Ema, com muito cuidado, ele tenta arrombar trinco da porta com um arame, depois de muitos segundos, consegue. Entra no apartamento. E caminha pelo apartamento, até encontrar o quarto de Ema. Chegando lá, ele começa a tirar de dentro da mochila vários porta-retratos com as fotos de Yasmim e Theo no sofa. O plano estava armado.
Marcos sai do local, tranca a porta e desce a escadaria, fazendo de tudo para não ser visto.
Já na rua, ele olha para a fachada do prédio.
Marcos: A gente vai entrar numa grana preta, Jasmim ainda vai me agradecer por tudo isso!
Ele dá as costas e sai dali sorrindo.
Lili: Escolhas sempre são difíceis de serem tomadas. Elas vão nos definir no futuro, e nos guiar no presente. Também são sempre capazes de nos destruir. É como um jogo de xadrez; uma jogada errada e você pode perder tudo… Escolhas estão eternamente com um sorriso no rosto, é como se isso fosse um convite, um chamado: Me aceite e eu mudo tudo, eu transformo teu mundo! Porém somos humanos, o que é belo nos atrai, e acabamos muitas vezes pegando esses caminhos estreitos, caminhos sujeitos ao pior fim para nossa vida. Somos egoístas, e assim não conseguimos ver o mal que vamos causar no próximo, apenas o bem momentâneo que aquilo vai provocar nos nossos corpos, nas nossas almas. E quando chega o momento das conseqüências, fugimos com medo. Porém, já é tarde demais para voltar atrás, para se arrepender.
Fiquem Ligados a Historia NÃO ACABOU!! EM BREVE A 2º tEMPORADA!!
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