[CENÁRIO 01 – CASA DO FELIPE/ SALA/ DIA]
VIVIANE – O que você está fazendo?
BIANCA – Vim resolver uma situação que ficou pendente de meses atrás. Caso você tenha esquecido, minha filha é herdeira dessa casa, assim como todo o dinheiro que o Fernando deixou.
VIVIANE – Sim, realmente sua filha é herdeira disso tudo, só que ela abriu mão dos direitos dela.
BIANCA – Ela não pode fazer isso, sem meu consentimento!
VIVIANE – Bem, pelo que eu sei, sua filha é maior de idade, independente e não apresenta ter nenhum problema metal, então, ela tem todo o direito de abrir mão do que é dela.
BIANCA – Foram vocês! Certamente, vocês fizeram alguma coisa para ela, a obrigaram a assinar algum documento que tirasse os direitos dela.
VIVIANE – Não fizemos nada. E sua filha não assinou nada. Ela simplesmente disse que não se interessa pela à parte que pertence à ela, e de forma espontânea, abriu mão de tudo.
BIANCA – Eu não acredito.
VIVIANE – Não estou nem aí se você acredita ou não. Só quero que você saia agora da minha casa, pois estou resolvendo algo muito importante na empresa da minha família! (caminha até a porta)
BIANCA – Eu não vou a lugar nenhum, antes de receber o que mereço.
FELIPE – (descendo as escadas) O que está acontecendo aqui?
BIANCA – Olha, o falso filho! Ele já sabe que não é filho do Fernando?
FELIPE – Sim, sei!
BIANCA – Mesmo sabendo que não pertence à esta família, ainda continua morando aqui?
VIVIANE – Felipe é meu filho. Essa casa também é dele.
BIANCA – Da minha filha também!
FELIPE – Sua filha abriu mão da parte dela. Realmente, iriamos dar o que era de direito, mas, já que ela não quis… não podíamos obriga-la.
BIANCA – Não acredito que aquela burra fez isso. Ela havia me dito que tinha aberto mão de tudo, mas achei que estava brincando.
VIVIANE – Bom, se você ouviu da própria boca dela, sabe que não estamos mentindo e portanto não tem mais nada para fazer aqui.
BIANCA – Eu já disse que não vou sair daqui, sem receber aquilo que mereço.
FELIPE – Bem, já que não quer ir por bem… (a segura pelo braço, e a leva à força para fora)
BIANCA – Se você me agredir vou direto para a delegacia, denunciar vocês.
FELIPE – Não vou agredir você. Só vou mostrar onde é a saída. (Bianca não tenta resistir, aceita ser levada para fora) Se voltar a nós perturba novamente, nós quem iremos chamar à polícia! (fecha à porta na cara dela)
BIANCA – Malditos!!! Não perdi essa batalha, viu. Ainda vou ter o que mereço. (vai embora furiosa)
Anoitecendo…
[CENÁRIO 02 – CASA DA LUANA/ Q. DA LUANA/ NOITE]
VERÔNICA – Posso entrar? (batendo na porta do quarto da Luana e entrando)
LUANA – (rude) Eu quero ficar sozinha mamãe.
VERÔNICA – Calma filha, só quero perguntar uma coisa para você?
LUANA – Seja rápida!
VERÔNICA – Você contou à verdade para o Felipe?
LUANA – Não. Não contei. Disse apenas que estava com dúvidas se Alice era filha dele ou do Sérgio. Então, pedi que ele realizasse um teste de paternidade com à Ana.
VERÔNICA – E quando vai sair o resultado?
LUANA – Eu não sei. Pedi para o Felipe me avisar quando saísse.
VERÔNICA – Você sabe me dizer qual clínica foi realizada os procedimentos?
LUANA – A senhora só iria fazer uma pergunta e já fez. Então se não se importa. (Luana deita por completo sobre a cama e fica de costas para sua mãe)
VERÔNICA – Eu só quero…
LUANA – Eu sei o que a senhora quer mamãe. Eu não vou contar nada para senhora, se não a senhora irá falsificar esses resultados.
VERÔNICA – Você pensa isso de mim filha?
LUANA – A senhora já fez isso uma vez, eu não esqueci mamãe.
VERÔNICA – Sim, mas isso era por nós.
LUANA – Pela a senhora. Eu não duvido de mais nada que venha da senhora. Portanto, se a senhora não tem nada para perguntar. (Verônica vendo que não descobriria nada, decide sair)
VERÔNICA – Um dia você vai entender que tudo isso que estou fazendo, é por você filha. (sai do quarto) Preciso descobrir em que laboratório foi realizado esses testes.
[CENÁRIO 03 – CASA DA CARLA/ SALA/ NOITE]
JUNIOR – Vocês vão sair?
PAULA – O papai disse que vai nós apresentar à alguém!
CARLA – Você não quer vir com a gente Junior? Melhor do que ficar sozinho aqui.
JUNIOR – Não, agradeço. Estou cansado, vou deitar ao lado da minha filha e agarrar no sono.
CARLA – Então tá. O que você precisar, pode ligar para gente.
JUNIOR – Não se preocupem meninas. Podem jantar tranquilas, vamos ficar bem. (campainha)
PAULA – Olha, ele chegou. (corre para abrir à porta)
FREDERICO – Boa noite filha. Estão prontas já?
CARLA – Já. Eu vou levar o Pedro, daqui a pouco é hora dele amamentar.
FREDERICO – Claro que quero que você leve meu neto. A pessoa que vou apresentar vocês, também quero que o conheça.
PAULA – Então vamos?
FREDERICO – Vamos. Você não quer vir Junior?
JUNIOR – Não, já disse para as meninas.
FREDERICO – Está bem então. (Frederico sair com suas filhas. Junior fica com Ana nos braços, sentado no sofá. Ele pensa em Adriana, na conversa que tiveram hoje pela manhã. Pensa no beijo que os dois deram dias atrás e pensa no dia que se conheceram)
[CENÁRIO 04 – CASA DO FELIPE/ Q. DA ALICE/ NOITE]
(Paulo entra no quarto da Alice e encontra Felipe em frente ao berço pensativo)
PAULO – Está tudo bem?
FELIPE – Estar! Só estou pensativo.
PAULO – Algo te incomodando?
FELIPE – (ele olha para Alice deitada no berço) Você acha que Alice não pode ser minha filha?
PAULO – De onde você tirou isso?
FELIPE – A Luana está desconfiada de que à Alice não seja minha filha. Que ela seja do Sérgio.
PAULO – Será?
FELIPE – Eu tenho certeza que Alice é minha filha. E os testes irão comprovar isso.
PAULO – Então porque parece tão incomodado?
FELIPE – Eu não estou! É bom conversar com você irmão. (ele pega no ombro do irmão, sorrir, volta a olhar para Alice no berço e depois sai do quarto)
PAULO – (confuso) Mas o que foi que eu fiz? Boa sorte para entender seu pai menina. (sai do quarto logo em seguida)
[CENÁRIO 05 – CASA DA BEATRIZ/ SALA/ DIA]
(fora da Casa)
CARLA – De quem é essa casa pai?
FREDERICO – De uma amiga, que quero apresentar à vocês. (Frederico leva as meninas até a porta e o próprio toca a campainha. A empregada abre e os deixa entrar)
FREDERICO – Boa noite.
BEATRIZ – Boa noite, Frederico. Boa noite, meninas.
PAULA – Boa noite.
CARLA – Boa noite. (responde um pouco desconfiada)
BEATRIZ – Suas filhas são lindas, Frederico.
FREDERICO – Meninas, essa é a Beatriz.
CARLA – Bonita sua amiga papai. De onde vocês se conhecem? (Frederico fica constrangido com a pergunta, por entender o que Carla realmente quis perguntar)
BEATRIZ – Prometo contar onde conheci seu pai no jantar. Vamos? (Beatriz vai até a cozinha, Frederico logo atrás com as meninas)
[CENÁRIO 06 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ NOITE]
(Cláudio e Camila estão deitados sobre o sofá, vendo um filme e comendo pipoca)
CLÁUDIO – Não pude conhecer muito sua amiga, mas parece que você gosta muito dela?
CAMILA – Gosto. Pior que ela foi embora e não pude fazer nada.
CLÁUDIO – E o que você poderia fazer?
CAMILA – Sei lá, talvez ter contado a verdade.
CLÁUDIO – Não queria comentar sobre isso, mas falando em contar à verdade…
CAMILA – Não quero falar sobre aquela mulher. Para mim ela está morta e enterrada.
CLÁUDIO – Ok. Bom, já que você está sozinha novamente, acho que vou voltar a dormir aqui.
CAMILA – E se eu não permitir?
CLÁUDIO – Sei como fazer você mudar de ideia. (a beija)
CAMILA – (sorrindo) Acho que essa noite vou deixar!
CLÁUDIO – (rir) E também estou pensando em mudar para cá.
CAMILA – Mudar? Como assim? (senta, e fica de frente com ele)
CLÁUDIO – Quero morar contigo!
CAMILA – Você não está falando sério, está?
CLÁUDIO – Estou. Eu quero morar com você. Qual é o problema disso?
[CENÁRIO 07 – CASA DA BEATRIZ/ COZINHA/ NOITE]
(todos estão a mesa, Frederico aparenta está nervoso, mas tenta disfarçar por suas filhas)
PAULA – Seu filho é muito bonito.
BEATRIZ – Obrigada. Ele é a coisa mais valiosa que tenho.
CARLA – Quem o pai dele?
BEATRIZ – Ele é adotado. Eu sou a mãe e o pai dele.
CARLA – E como você conheceu meu pai?
BEATRIZ – Eu e o seu pai… (antes que ela conte, Pedro chora)
CARLA – Licença, está na hora de amamenta-lo. (ela se retira da mesa e vai até a sala)
PAULA – Você e o papai…
BEATRIZ – Melhor sua irmã voltar, afinal, ela parece estar bem interessada nessa história. (na sala, Carla senta no sofá e começa a amamentar Pedro. Ela então começa a olhar a sala de Beatriz e se enche de perguntas sobre seu pai e ela. Carla repara alguns portas retratos, ao lado e reconhece alguém numa foto. É Frederico ao lado da Beatriz, no dia em que eles se casaram. Na hora ela fica com raiva, coloca Pedro no carrinho e vai direto pra sala tirar satisfações) Então foi por essa mulher que o senhor nós abandou papai?
FREDERICO – Calma filha.
CARLA – Responde! Foi por essa mulher que o senhor nos abandonou?
BEATRIZ – (olha para o Samuka) Querido, você não quer ir para seu quarto, terminar de compor aquela musica para mostrar para o nossos convidados.
SAMUKA – Tá mamãe. (Samuka sai da cozinha acompanhada da empregada)
PAULA – É o senhor mesmo pai! (olhando para a foto que a Carla havia trazido)
FREDERICO – A Beatriz é minha ex-esposa meninas.
CARLA – Então o senhor confesa, que nos abandonou por causa dela?
FREDERICO – Não. Não foi por ela. Eu realmente iria fugir, mas era com uma outra mulher. Não era com à Beatriz. A Beatriz apareceu na minha vida por acaso. Eu estava com vergonha de voltar para casa da mãe de vocês, decidi fugir sozinho. Foi aí que encontrei a Beatriz, começamos a nós aproximar, e…
BEATRIZ – Nós casamos. Eu conheci seu pai, pedindo emprego para empresa da minha familia. Na época ele estava desempregado e estava morando em uma pensão. Foi eu quem convenci meu pai, dar um emprego para ele.
FREDERICO – Muitas coisas na verdade, que consegui na vida, foi por causa dela.
BEATRIZ – Aos poucos fui gostando do pai de vocês meninas. E com o passar do tempo, a gente foi nós aproximando, ele estava tendo um excelente trabalho na empresa de meu pai, que em pouco tempo foi promovido. Nossa relação também foi evoluindo mais e mais, e vendo que ele não iria tomar nenhuma atitude, eu o pedi em casamento. Fomos casados durante 12 anos, mas hoje somos apenas amigos.
CARLA – Então vocês se conheceram por acaso?
BEATRIZ – Um acaso do destino.
FREDERICO – Eu quero apresentar para vocês a mulher que me tornou o homem que sou hoje.
CARLA – Pensei que essa mulher fosse à mamãe?
FREDERICO – Sua mãe foi muito importante na minha vida, filha. Por isso decidi fugir, para não magoa-la, mesmo amando outra.
CARLA – E quem é está outra mulher, com quem o senhor iria fugir?
FREDERICO – Eu à reencontrei uns meses atrás. Mas como eu, ela também seguiu a vida dela. Se casou, teve filhos…
CARLA – Então vocês nunca mais…
FREDERICO – Se fosse no passado, talvez filha. Hoje nossos rumos são totalmente diferentes.
BEATRIZ – Você tem mais alguma pergunta que queira fazer sobre mim querida?
CARLA – Não, na verdade tenho só que pedir desculpas, por ter estragrado o jantar.
BEATRIZ – Não precisa me pedir desculpa. E você não estragou nada. Eu tinha realizado esse jantar, com o próposito de contar a história minha com o seu pai. Seu pai pode ter errado, mas ele é um bom homem, e ama muito vocês. E eu ficaria muito feliz, se vocês duas dessem um abraço nele. (Carla e Paula abraçam Frederico, e o mesmo não consegue segura a emoção)
FREDERICO – Obrigado por entenderem a minha história e dado essa chance para mim.
CARLA – Todos merecem uma segunda chance.
PAULO – Te amamos pai!
FREDERICO – Também amo vocês… e tenho outra notícia para dar á vocês!
CARLA – Outra?
PAULA – O que é?
FREDERICO – Semanas atrás pedi para Beatriz me ajudar a comprar um sítio para mim. Com a ajuda dela comprei um grande, lindo, só que é fora do Rio.
CARLA – O senhor vai nós abandonar novamente?
FREDERICO – Não, na verdade, quero morar nesse sítio mas com vocês meninas. (ambas ficam surpresas) Você aceitam morar comigo?
[CENÁRIO 08 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ NOITE]
CLÁUDIO – Sabia que iria ficar surpresa com a novidade.
CAMILA – Você vai se mudar para o meu apartamento?
CLÁUDIO – Isso. Claro, se não tive problema?
CAMILA – Estou surpresa. Não sei nem o que pensar!
CLÁUDIO – Já que um dia iremos nós casar, nada melhor do que ir praticando. (rir, mas Camila não)
CAMILA – É claro que quero me casar com você um dia, mas você não acha que isso é um passo grande demais? O que sua mãe acha dessa ideia?
CLÁUDIO – Ela não sabe.
CAMILA – Você não contou para ela? Então você está pensando tipo fugir de casa?
CLÁUDIO – Eu não estou fugindo de casa, só estou me mudando para a sua.
CAMILA – Eu não sei. Se você quer fazer isso, prefiro que sua mãe saiba antes.
CLÁUDIO – Relaxa, ela vai saber. Só não agora. (ele tenta beijá-la, mas ela o impede)
CAMILA – Quando?
CLÁUDIO – Não sei, Camila. Em breve, talvez…
CAMILA – Prefiro que seja agora.
CLÁUDIO – Então, que tal marcamos um jantar lá em casa, assim conto junto contigo para ela.
CAMILA – Pode ser.
CLÁUDIO – E não se preocupa, tá. Se eu soubesse que isso iria dar essa complicação toda, teria contado só no dia.
CAMILA – Aí você iria dormir na rua, que eu não iria deixar você entrar no meu apartamento fugido de casa.
CLÁUDIO – Eu não vou fugir de casa. Será que podemos mudar de assunto agora, cansei de falar disso.
CAMILA – O que você quer falar?
CLÁUDIO – E quem disse que eu quero falar? (a beija)
[CENÁRIO 09 – CASA DA CARLA/ SALA/ NOITE]
(Frederico leva suas filhas para a casa. Carla está colocando Pedro para dormir, Frederico e Paula ficam na sala conversando)
FREDERICO – Eu sei que não vai ser fácil deixar a casa da mãe de vocês…
PAULA – A questão não será essa papai. Temos o Junior que está morando aqui com a gente…
FREDERICO – Pensei que ele ficaria até quando sua filha parasse de amamentar.
PAULA – Só que nao é só o Junior.
FREDERICO – O que mais impede de vocês morarem comigo?
PAULA – É que hoje a Carla entrou em contato com a universidade dela e soube que ainda pode destacrar a vaga do curso dela.
FREDERICO – Quer dizer que sua irmã pode voltar à estudar?
PAULA – Pode.
FREDERICO – Bom, se for isso… Claro que vocês não devem aceitar. Não permitiria que minha filha desistisse da vaga dela que certamente ela lutou tanto para conseguir.
PAULA – É o que também acho!
Amanhecendo…
[CENÁRIO 10 – CASA DA LUANA/ Q. DA LUANA/ DIA]
(Luana ainda está dormindo, mas é despertada por seu celular)
LUANA – (sonolenta) Alô? Felipe, oi. (se anima) Não, estava acordando já. Já saiu? Assim tão rápido? Tá, vou me arrumar e vou te esperar lá embaixo. Tchau. (joga o celular em cima da cama e corre para o banheiro) Chegou à hora Luana. Hora de dizer a verdade.
Continua no Capítulo 73…
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